Na mesa jaz um exercício não terminado, em forma de cálculos e desenhos geométricos perdidos pela folha de papel. Enquanto a chuva bate ruidosamente contra a janela de vidro, frases melódicas ao som do ukulele e do trompete preenchem o que resta do espaço entre meus pensamentos inquietos. "Let the seasons begin", diz ele. "It rolls right on."
Algumas eventuais abas abertas, mas nada relevante. Apenas redes sociais, que ficam ali feito figurantes num filme, sem muito o que acrescentar. Apesar do desinteresse, uma curiosidade ínfima dá a ordem para que meus dedos continuem a arrastar a barra de rolagem.

Tudo me soa medíocre. A cidade interiorana, o século das futilidades e sobretudo as pessoas. Que diabos de raça é esta, que se considera a mais racional, sendo dentre todas a única que mata por puro sadismo? A mais impertinente, tentando atribuir sentido a tudo, como se o universo inteiro obedecesse à lógica pretensiosa do ser humano. A mais crítica, que se acha no direito de julgar quem bem entender. Sim, caí em contradição — pois é exatamente o que estou fazendo neste parágrafo: julgando —, porém, não admitir isto seria hipocrisia, e fazê-lo seria nada mais que reconhecer minha defeituosa essência humana. Portanto, não me resta outra escolha senão reconhecer minha própria mediocridade.
O futuro, embora chegue segundo por segundo, parece-me mais distante que nunca. E pior: é imprevisível, traiçoeiro. Carrego comigo o medo de decepcionar a mim mesmo e àqueles que amo, de ser incompreendido, e até mesmo o medo do próprio medo. Tenho ciência de que sofrer antecipadamente não é lá muito sensato, porém, ainda assim, a insegurança é inerente à minha condição humana.
Enquanto os grandes sonhos, incertos, se esboçam a distância, limito-me a expor fragmentos de uma mente desguarnecida, tornando-os acessíveis a qualquer um que tenha cinco minutos e um mínimo de disposição para lê-los. Invariavelmente, sujeito-me às críticas do leitor. Embora as palavras aqui colocadas possam ser consideradas inconclusivas ou até mesmo sem finalidade clara, pouco importa. O título do blog está aí e não é à toa. De qualquer modo, foge ao meu alcance transmitir uma boa impressão, afinal, sempre haverá julgamentos. Importar-me com eles, porém, está fora de questão.

Tudo me soa medíocre. A cidade interiorana, o século das futilidades e sobretudo as pessoas. Que diabos de raça é esta, que se considera a mais racional, sendo dentre todas a única que mata por puro sadismo? A mais impertinente, tentando atribuir sentido a tudo, como se o universo inteiro obedecesse à lógica pretensiosa do ser humano. A mais crítica, que se acha no direito de julgar quem bem entender. Sim, caí em contradição — pois é exatamente o que estou fazendo neste parágrafo: julgando —, porém, não admitir isto seria hipocrisia, e fazê-lo seria nada mais que reconhecer minha defeituosa essência humana. Portanto, não me resta outra escolha senão reconhecer minha própria mediocridade.
O futuro, embora chegue segundo por segundo, parece-me mais distante que nunca. E pior: é imprevisível, traiçoeiro. Carrego comigo o medo de decepcionar a mim mesmo e àqueles que amo, de ser incompreendido, e até mesmo o medo do próprio medo. Tenho ciência de que sofrer antecipadamente não é lá muito sensato, porém, ainda assim, a insegurança é inerente à minha condição humana.
Enquanto os grandes sonhos, incertos, se esboçam a distância, limito-me a expor fragmentos de uma mente desguarnecida, tornando-os acessíveis a qualquer um que tenha cinco minutos e um mínimo de disposição para lê-los. Invariavelmente, sujeito-me às críticas do leitor. Embora as palavras aqui colocadas possam ser consideradas inconclusivas ou até mesmo sem finalidade clara, pouco importa. O título do blog está aí e não é à toa. De qualquer modo, foge ao meu alcance transmitir uma boa impressão, afinal, sempre haverá julgamentos. Importar-me com eles, porém, está fora de questão.